Postado em 6 de outubro de 2017
Então quer dizer a pele também pode ser doada? Então quer dizer que existem estoques só disso? Sim, e o fato de pouca gente saber disso é o que complica a situação das vítimas de queimadura no Brasil.
O primeiro Banco de Tecidos do mundo foi criado em 1949, pela Marinha dos Estados Unidos. No início, a conservação consistia apenas no congelamento do enxerto, deixando-o utilizável por no máximo 30 dias. Com o tempo, o glicerol entrou no processo e hoje um pedaço de pele doada tem validade de até dois anos. Um detalhe interessante é que pessoas vivas também podem doar: a camada é de apenas 1,5 milímetro de espessura e costuma ser retirada da barriga, costas e coxa. Se o doador for homem, a perna também pode ser usada. No caso de doações post-mortem, a pessoa deve ter sofrido morte encefálica ou parada cardiorrespiratória.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o ideal é que cada cidade com mais de 500 mil habitantes conte com um banco de pele. Não é o que acontece. O Brasil possui três Bancos: um em São Paulo, um em Porto Alegre e outro, o mais novo, em Recife.
As doações são medidas por centímetro quadrado. O Banco de recife, por exemplo, enviou 2,5 mil cm², zerando seu estoque. O Brasil também entrou em contato com Uruguai e Peru sobre a possibilidade de receber pele de lá também. A Argentina já mandou 10 mil cm². Em média, a vítima de uma queimadura grave precisa de três doações diferentes.
Pouca gente sabe, mas o excesso de pele retirado de obesos após a realização de cirurgia bariátrica pode ter novo destino em vez do lixo: os bancos de tecido.
Apesar de toda contribuição ser bem-vinda, o cirurgião plástico Dr. Carlos Komatsu, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), reforça que a melhor opção é incentivar a doação de órgãos após a morte.
— Para se ter uma ideia, o paciente obeso vai oferecer apenas 8% de pele para os bancos, enquanto que conseguimos remover cerca de 90% dos cadáveres. É importante lembrar que o corpo não fica deformado, pois só removemos uma camada bem superficial da derme. A impressão é de que a pele fica levemente ralada.
Independentemente de o doador ser obeso ou cadáver, o destino da pele é o mesmo, ou seja, o banco de tecido. É lá que a pele será mantida na refrigeração adequada para chegar ao destino intacta. O problema, segundo o cirurgião, é que a validade não passa de 15 dias. E, se o tecido não for utilizado nesse curto período, deve ser descartado.
— É importante enfatizar que essa pele funciona apenas como uma espécie de curativo. Há necessidade de ela ser substituída a cada três a cinco dias para evitar rejeição do organismo. Sem compatibilidade de gene, como no caso de gêmeos idênticos, a pele não serve para reconstruir a área queimada.
Para isso, o Dr. Komatsu explica que é necessária a realização de um procedimento chamado enxerto de pele (ou transplante), que consiste em remover um pedaço de pele de uma área do próprio corpo, por exemplo, das costas, e transferir para outra.
De acordo com o cirurgião da SBCP, a pessoa pode morrer em decorrência de três estágios da queimadura. A primeira, cita ele, é a desidratação por causa das queimaduras.
— O paciente perde de 10 a 15 litros de líquidos por dia. Outro problema são as infecções, já que o organismo está frágil. Por último, quanto mais tempo acamado, maior é a probabilidade de a pessoa apresentar embolia pulmonar e trombose
Existem alguns curativos que são muito eficazes para o tratamento de queimaduras como o MEPILEX® BORDER AG, que possui cobertura de silicone suave que absorve o exsudato, mantém o ambiente úmido ideal para a cicatrização e possuiu propriedades antimicrobianas. Além de outros curativos, que também auxiliam no tratamento de queimaduras, sendo importantes materiais para os profissionais de saúde tratarem e garantirem a recuperação de pessoas que sofrem desse tipo de acidente.
Fontes: Revista Galileu e Fabiana Grilo – R7
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